quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

REFLEXÃO INDIVIDUAL- AULA DA BRUNA

 LAURA MEIRA GARCIA

O trabalho com a cultura popular na aula da Bruna no dia 11 de setembro, nos levou a uma riquíssima troca de experiências, na qual pude compreender exatamente a essência da infância a partir dos relatos das colegas sobre suas experiências de criança. A discussão não era sobre “o que é ser criança”, deveríamos na verdade compartilhar uns com os outros as brincadeiras que fazíamos quando criança. Mas, ao relatar sobre essa época, os olhos brilhavam, as pessoas transbordavam energia enquanto contavam suas peripécias de subir na árvore, correr na rua de pega pega, esconde esconde, fazer fogueirinhas, brincar na chuva... Eram lembranças muito felizes e expressavam claramente o que é exatamente esse período da vida humana.
Pudemos, naturalmente, perceber as interferências que o meio tem em nossa vida - o quando, e onde crescemos. Lydia Hortélio quando questionada se no campo se brinca mais do que na cidade relatou que:

 “Nas comunidades rurais em que pesquiso, os homens velhos brincam como se fossem crianças. As mulheres de 70, 80 anos pulam na roda parecendo meninas de 7. As mulheres mais jovens também brincam. Vão carregando os filhos nos braços e cantando na roda. Acho que o fato de a gente ter se afastado da natureza e deixado de viver em comunidade estraçalhou o homem. E, ao mesmo tempo, ele esqueceu, perdeu sua infância. Enquanto isso, o pessoal que está lá no mato, que tem suas formas de trabalho coletivas, continua em contato com isso... Às vezes, ao vê-los em ação, você não sabe se estão trabalhando ou brincando..”.


E pudemos comprovar exatamente isso a partir dos relatos. As pessoas que vinham de cidade pequena, que estavam sempre na casa dos avós com os primos, que tinham bastante irmãos, que moravam em bairros cheios de criança em que os pais todos saíam às ruas a noite para estar com os vizinhos, essas tiveram, a meu ver, uma infância muito mais socialmente saudável fora da escola. O que infelizmente não acontecia dentro do ambiente escolar, pois frequentavam escolas mais tradicionais.
Diferentemente, daquelas que vieram de “cidade grande” - frutos da vida moderna -, em que os pais se mudaram da cidade natal para trabalhar resultando em pouco contato com o resto da família, cujas mães estavam o dia todo trabalhando, que moravam em bairros com poucas crianças, que tinham poucos irmãos e estavam praticamente sós o dia todo trancafiadas pelos muros de suas casas - e nesse caso me enquadro com maestria – estas não podiam ser crianças em casa, mas, por piedade do destino, podiam exercer esse direito na escola! E agora acredito finalmente ter compreendido, por que é que a escola foi tão significativa em minha vida levando-me a estudar pedagogia, para que eu possa levar esse direito de ser criança às outras crianças, que como eu, são rebentos dessa tresloucada vida urbana.
A partir dessas reflexões me dei conta de duas coisas: a primeira, é que a escola tornou-se o ambiente de socialização da criança, espaço – único, para muitas delas – que lhe permite ser criança. Dessa forma, parece-me que a escola assumiu a responsabilidade de suprir esse fatal desfalque que herdamos do tal “modelo de vida moderno”.
A outra constatação foi que ser criança - ter essa experiência com intensas descobertas tanto cognitivas, quanto sociais - está intrinsecamente ligado ao ato de brincar. E que a brincadeira pode ser até sozinho, mas, que na realidade, ela pede a presença de uma segunda criança, para que haja realmente a troca da “cultura da infância”, defendida por Hortélio.
Acredito também, que nesse momento, me dei conta da gravidade da situação da infância e do tamanho do abismo diante do qual se encontra nossa sociedade atualmente. Criança que não brinca com o outro, não aprende a lidar socialmente, e não preciso nem listar aqui as mil consequências, que um desfalque no âmbito social tem para um ser humano, cuja essência é fundamentalmente social. Estamos formando Homens que daqui vinte anos, não terão brilhos nos olhos quando contarem aos outros, o que fizeram em sua infância. Eles não terão essa referência, essa lembrança guardada no peito do que é ser criança, ser feliz. E me inquieta as consequências disto, e temo sinceramente pela resposta da pergunta: como aprenderão a ser feliz, como enxergarão o outro e viverão em comunidade futuramente, se a maior referência para as crianças atualmente, não é o contato real com outras crianças e outros seres humanos, mas sim, a ilusória “vida” que vivem diante das telas do computador?
Hortélio traz uma esperança a essa problemática, em sua responda quando questionada sobre a necessidade de se preservar a infância:

“A infância é algo precioso. Eu acho que, se a humanidade tem futuro, ela vai retomar por aí, pela infância. E isso não é impossível, nem difícil, porque a infância está guardada dentro de cada um. [...] Friedrich Schiller, diz que o homem só é inteiro quando brinca, e é somente quando brinca que ele existe na completa acepção da palavra homem".

E assim, apesar da grande preocupação com o futuro, concluo este satisfeita relato, pois são estas atividades reflexivas - que nos estão sendo oportunizadas na universidade - que  me fazem cada vez mais consciente da importância do professor na vida da criança, me capacitando cada vez mais para  intervir positivamente na sociedade.

HORTÉLIO, L. É preciso brincar para afirmar a vida. <http://www.almanaquebrasil.com.br/personalidades-cultura/6904-e-preciso-brincar-para-afirmar-a-vida.html>. Acesso em: 12 set. 2013.


                                                                                                       LARA MUCHERONI BOTTURA
A brincadeira no começo da aula me fez sentir novamente o ambiente de escola que fazia muito tempo que eu não sentia. Dar a mão e brincar com todos da sala de aula, me deu a sensação de unidade, mesmo que eu não conheça e não tenha afinidade com todas as pessoas.
Quando eu era criança apenas tinha a companhia em brincadeiras durante o período que estava na escola, pois fora da escola eu costumava brincar sozinha dentro de casa. As brincadeiras durante a minha infância seriam aquelas de 'mamãe e filhinha', brincadeiras de culinária e 'escolinha'. Não tinha o costume de ter muitas amigas ou mesmo de brincar na rua, como meus pais tiveram em sua infância, mas tinha a fantasia para criar personagens imaginários e cenários variados.
O festival de dança de Antônio Nóbrega, me lembra um pouco a liberdade que temos quando criança para dançarmos. Quando eu era criança, costumava escutar diversos tipos de música , clássica, samba, mpb, entre outras, mas dançava fazendo passos de balé. Quando criança, não costumamos ter um padrão de passos e movimentos, simplesmente conhecemos ritmos e acompanhamos com os movimentos que conhecemos. É uma brincadeira divertida, que não possui regras e assim nos sentimos mais livres.
Entre todos os vídeos que assistimos na aula, o que mais me encantou foi o quintal das crianças, um lugar que as crianças podem ter espaço e companhia para brincar e jogar sem a preocupação que tem durante as aulas. Hoje em dia não existem mais as brincadeiras de rua, as crianças não podem mais brincar na rua, devido o perigo que a sociedade apresenta. As crianças não possuem muitos irmãos e consequentemente brincam sozinhas em suas casas com os diversos brinquedos e principalmente jogos tecnológicos de videogame e computador. O universo infantil está cada vez mais vazio de contato pessoal e cheio de diversões individuais, isso me fez pensar nas futuras dificuldades que as crianças vão apresentar dessa geração.

Entretanto, como futura professora, continuo a pensar sobre o papel importante de mediadora nas brincadeiras dentro da escola, com o objetivo de fazer os alunos socializarem uns com os outros. As brincadeiras antigas, por terem a participação de um número grande de crianças são inspiradoras para a prática delas em sala de aula. Uma aula quando começa com brincadeira, nos faz entrar em um clima mais confortável e muito mais agradável e sem pressões, ficamos com os sentidos mais atentos e praticamos as experiências com mais intensidade.  

FÁTIMA RODRIGUES

A aula ministrada pela Bruna foi muito interessante e divertida, o vídeo trazido me trouxe a lembrança e muita saudades dos tempos de criança, se pudesse escolher ficaria brincando com a turma da sala até o final da aula, então percebi que dentro de cada um independente da idade sempre vai existir uma criança.

Quando nos sentamos para trocar experiencias da infância, as recordações foram muitas e foi uma oportunidade de conhecer o contexto histórico da infância de cada uma e demos muita risada.

Sou a filha "caçula" de quatro irmãs, por isso tive o privilegio de aprender e brincar bastante, morávamos e um bairro calmo em uma rua que tinha muitas crianças que variavam as idades, de dia eu ficava brincando de casinha, balanço, fazer bolinho de terra subíamos no pé de goiaba que havia no fundo da minha casa, meu pai era um homem muito bravo e não nos deixava ir brincar na casa de ninguém, mas meu vizinho era muito bom então fez uma passagem "secreta" na cerca que me possibilitava ir no quintal da vizinha ou a noite saiamos na rua para brincar na rua, roda-roda, pega-pega, amarelinha, queima, peteca, bambolê e tantas outras que minha mãe nos ensinou, quando estava chovendo tinha que fazer algo dentro de casa, cantava, dançava, stop, rouba monte, pega vareta, domino, trilha, dama, nem víamos o tempo passar.

Hoje tenho uma filha de 20 anos e um menino de 10 anos e muitas dessas brincadeiras ensinei a ela, e para ele infelizmente quase nada, realmente a cultura das brincadeiras estão se perdendo a cada dia.

Nós como pedagogos temos um papel extremamente importante na formação de nossas crianças pois "Criança que brinca mais aprende mais".

JULIANE DE CÁSSIA GARLA

A partir da aula ministrada pela Bruna, sobre a cultura popular, comecei a refletir melhor sobre a infância, ao que é ser criança, e a diferença que o brincar faz na vida de cada pessoa.
A aprendizagem foi riquíssima, pude perceber que a cultura mesmo sendo diferente, ao se tratar do brincar, e da experiência como criança, não há essa diferenciação.
Através dos relatos e do texto apresentados pela Bruna, e também pela troca de experiências com as outras integrantes do grupo, acredito que a melhor fase da vida é a infância, claro que toda fase da vida é importante, e que cada uma tem algo específico, uma recordação, mas a infância é aquela fase, onde não há preocupações, compromissos, o que prevalece é o faz de conta, o sonho, a fantasia, por isso tem um toque todo especial.
Quando se brinca, se dá asas a imaginação, é possível tornar-se o que quiser, uma fada, uma cantora, uma princesa, enfim. O brincar proporciona as pessoas muita alegria, satisfação, trabalhando com a parte cognitiva e social do indivíduo.
Constatei que as pessoas que moravam no interior, tiveram uma infância repleta de aventuras, onde o brincar se fez presente a todo o momento, pois sempre havia o contato com os amigos, primos, irmãos, as brincadeiras na rua. Enquanto que as crianças de famílias mais modernas ficavam em casa brincando sozinhas, ou então ficava ligada a tecnologia, como a televisão e o computador.
Nos relatos apresentados pela Bruna e também na troca de experiências do brincar entre o grupo, foi possível identificar o brilhos nos olhos de cada pessoa, a emoção com que ela contava da sua infância, das brincadeiras, é como se cada pessoa voltasse no tempo e se visse ali brincando, é algo mágico e transformador.
É por isso que está mais que comprovado que o brincar é fundamental para qualquer indivíduo. Através dele é possível estabelecer relações sociais, desenvolver o imaginário e o criativo e além do mais a pessoa que brinca é mais feliz e realizada.

Por isso me sinto feliz e realizada, pois brinquei muito e hoje posso compartilhar de minhas experiências, ficando mais contente ainda em saber que o curso que escolhi está me proporcionando mais experiências e principalmente a consciência de como o brincar faz toda a diferença na vida da criança.

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