LAURA MEIRA GARCIA
O trabalho com a cultura
popular na aula da Bruna no dia 11 de setembro, nos levou a uma riquíssima
troca de experiências, na qual pude compreender exatamente a essência da
infância a partir dos relatos das colegas sobre suas experiências de criança. A
discussão não era sobre “o que é ser criança”, deveríamos na verdade
compartilhar uns com os outros as brincadeiras que fazíamos quando criança.
Mas, ao relatar sobre essa época, os olhos brilhavam, as pessoas transbordavam
energia enquanto contavam suas peripécias de subir na árvore, correr na rua de
pega pega, esconde esconde, fazer fogueirinhas, brincar na chuva... Eram
lembranças muito felizes e expressavam claramente o que é exatamente esse
período da vida humana.
Pudemos, naturalmente,
perceber as interferências que o meio tem em nossa vida - o quando, e onde
crescemos. Lydia Hortélio quando questionada se no campo se brinca mais do que
na cidade relatou que:
“Nas comunidades rurais em que pesquiso,
os homens velhos brincam como se fossem crianças. As mulheres de 70, 80 anos
pulam na roda parecendo meninas de 7. As mulheres mais jovens também brincam.
Vão carregando os filhos nos braços e cantando na roda. Acho que o fato de a
gente ter se afastado da natureza e deixado de viver em comunidade estraçalhou
o homem. E, ao mesmo tempo, ele esqueceu, perdeu sua infância. Enquanto isso, o
pessoal que está lá no mato, que tem suas formas de trabalho coletivas, continua
em contato com isso... Às vezes, ao vê-los em ação, você não sabe se estão
trabalhando ou brincando..”.
E pudemos comprovar
exatamente isso a partir dos relatos. As pessoas que vinham de cidade pequena,
que estavam sempre na casa dos avós com os primos, que tinham bastante irmãos,
que moravam em bairros cheios de criança em que os pais todos saíam às ruas a
noite para estar com os vizinhos, essas tiveram, a meu ver, uma infância muito
mais socialmente saudável fora da escola. O que infelizmente não acontecia
dentro do ambiente escolar, pois frequentavam escolas mais tradicionais.
Diferentemente, daquelas
que vieram de “cidade grande” - frutos da vida moderna -, em que os pais se
mudaram da cidade natal para trabalhar resultando em pouco contato com o resto
da família, cujas mães estavam o dia todo trabalhando, que moravam em bairros
com poucas crianças, que tinham poucos irmãos e estavam praticamente sós o dia
todo trancafiadas pelos muros de suas casas - e nesse caso me enquadro com
maestria – estas não podiam ser crianças em casa, mas, por piedade do destino,
podiam exercer esse direito na escola! E agora acredito finalmente ter
compreendido, por que é que a escola foi tão significativa em minha vida
levando-me a estudar pedagogia, para que eu possa levar esse direito de ser
criança às outras crianças, que como eu, são rebentos dessa tresloucada vida
urbana.
A partir dessas
reflexões me dei conta de duas coisas: a primeira, é que a escola tornou-se o
ambiente de socialização da criança, espaço – único, para muitas delas – que
lhe permite ser criança. Dessa forma, parece-me que a escola assumiu a
responsabilidade de suprir esse fatal desfalque que herdamos do tal “modelo de
vida moderno”.
A outra constatação foi
que ser criança - ter essa experiência com intensas descobertas tanto
cognitivas, quanto sociais - está intrinsecamente ligado ao ato de brincar. E
que a brincadeira pode ser até sozinho, mas, que na realidade, ela pede a
presença de uma segunda criança, para que haja realmente a troca da “cultura da
infância”, defendida por Hortélio.
Acredito também, que
nesse momento, me dei conta da gravidade da situação da infância e do tamanho
do abismo diante do qual se encontra nossa sociedade atualmente. Criança que
não brinca com o outro, não aprende a lidar socialmente, e não preciso nem
listar aqui as mil consequências, que um desfalque no âmbito social tem para um
ser humano, cuja essência é fundamentalmente social. Estamos formando Homens
que daqui vinte anos, não terão brilhos nos olhos quando contarem aos outros, o
que fizeram em sua infância. Eles não terão essa referência, essa lembrança
guardada no peito do que é ser criança, ser feliz. E me inquieta as
consequências disto, e temo sinceramente pela resposta da pergunta: como
aprenderão a ser feliz, como enxergarão o outro e viverão em comunidade
futuramente, se a maior referência para as crianças atualmente, não é o contato
real com outras crianças e outros seres humanos, mas sim, a ilusória “vida” que
vivem diante das telas do computador?
Hortélio traz uma
esperança a essa problemática, em sua responda quando questionada sobre a
necessidade de se preservar a infância:
“A infância é algo
precioso. Eu acho que, se a humanidade tem futuro, ela vai retomar por aí, pela
infância. E isso não é impossível, nem difícil, porque a infância está guardada
dentro de cada um. [...] Friedrich Schiller, diz que o homem só é inteiro
quando brinca, e é somente quando brinca que ele existe na completa acepção da
palavra homem".
E assim, apesar da
grande preocupação com o futuro, concluo este satisfeita relato, pois são estas
atividades reflexivas - que nos estão sendo oportunizadas na universidade - que
me fazem cada vez mais consciente da importância do professor na vida da
criança, me capacitando cada vez mais para intervir positivamente na
sociedade.
HORTÉLIO,
L. É preciso brincar para afirmar a vida. <http://www.almanaquebrasil.com.br/personalidades-cultura/6904-e-preciso-brincar-para-afirmar-a-vida.html>.
Acesso em: 12 set. 2013.
LARA MUCHERONI BOTTURA
A brincadeira no começo da aula me fez sentir novamente o
ambiente de escola que fazia muito tempo que eu não sentia. Dar a mão e brincar
com todos da sala de aula, me deu a sensação de unidade, mesmo que eu não
conheça e não tenha afinidade com todas as pessoas.
Quando eu era criança apenas tinha a companhia em brincadeiras durante o
período que estava na escola, pois fora da escola eu costumava brincar sozinha
dentro de casa. As brincadeiras durante a minha infância seriam aquelas de
'mamãe e filhinha', brincadeiras de culinária e 'escolinha'. Não tinha o
costume de ter muitas amigas ou mesmo de brincar na rua, como meus pais tiveram
em sua infância, mas tinha a fantasia para criar personagens imaginários e
cenários variados.
O festival de dança de Antônio Nóbrega, me lembra um pouco a
liberdade que temos quando criança para dançarmos. Quando eu era criança,
costumava escutar diversos tipos de música , clássica, samba, mpb, entre
outras, mas dançava fazendo passos de balé. Quando criança, não costumamos ter
um padrão de passos e movimentos, simplesmente conhecemos ritmos e acompanhamos
com os movimentos que conhecemos. É uma brincadeira divertida, que não possui
regras e assim nos sentimos mais livres.
Entre todos os vídeos que assistimos na aula, o que mais me
encantou foi o quintal das crianças, um lugar que as crianças podem ter espaço
e companhia para brincar e jogar sem a preocupação que tem durante as aulas.
Hoje em dia não existem mais as brincadeiras de rua, as crianças não podem mais
brincar na rua, devido o perigo que a sociedade apresenta. As crianças não
possuem muitos irmãos e consequentemente brincam sozinhas em suas casas com os
diversos brinquedos e principalmente jogos tecnológicos de videogame e
computador. O universo infantil está cada vez mais vazio de contato pessoal e
cheio de diversões individuais, isso me fez pensar nas futuras dificuldades que
as crianças vão apresentar dessa geração.
Entretanto, como futura professora, continuo a pensar sobre o
papel importante de mediadora nas brincadeiras dentro da escola, com o objetivo
de fazer os alunos socializarem uns com os outros. As brincadeiras antigas, por
terem a participação de um número grande de crianças são inspiradoras para a
prática delas em sala de aula. Uma aula quando começa com brincadeira, nos faz
entrar em um clima mais confortável e muito mais agradável e sem pressões,
ficamos com os sentidos mais atentos e praticamos as experiências com mais
intensidade.
FÁTIMA RODRIGUES
A aula ministrada pela Bruna foi muito interessante e
divertida, o vídeo trazido me trouxe a lembrança e muita saudades dos tempos de
criança, se pudesse escolher ficaria brincando com a turma da sala até o final
da aula, então percebi que dentro de cada um independente da idade sempre vai
existir uma criança.
Quando nos sentamos para trocar experiencias da
infância, as recordações foram muitas e foi uma oportunidade de conhecer o
contexto histórico da infância de cada uma e demos muita risada.
Sou a filha "caçula" de quatro irmãs, por
isso tive o privilegio de aprender e brincar bastante, morávamos e um bairro
calmo em uma rua que tinha muitas crianças que variavam as idades, de dia eu
ficava brincando de casinha, balanço, fazer bolinho de terra subíamos no pé de
goiaba que havia no fundo da minha casa, meu pai era um homem muito bravo e não
nos deixava ir brincar na casa de ninguém, mas meu vizinho era muito bom então
fez uma passagem "secreta" na cerca que me possibilitava ir no
quintal da vizinha ou a noite saiamos na rua para brincar na rua, roda-roda,
pega-pega, amarelinha, queima, peteca, bambolê e tantas outras que minha mãe
nos ensinou, quando estava chovendo tinha que fazer algo dentro de casa,
cantava, dançava, stop, rouba monte, pega vareta, domino, trilha, dama, nem
víamos o tempo passar.
Hoje tenho uma filha de 20 anos e um menino de 10
anos e muitas dessas brincadeiras ensinei a ela, e para ele infelizmente quase
nada, realmente a cultura das brincadeiras estão se perdendo a cada dia.
Nós como pedagogos temos um papel extremamente
importante na formação de nossas crianças pois "Criança que brinca mais
aprende mais".
JULIANE DE CÁSSIA GARLA
A partir da aula
ministrada pela Bruna, sobre a cultura popular, comecei a refletir melhor sobre
a infância, ao que é ser criança, e a diferença que o brincar faz na vida de
cada pessoa.
A aprendizagem foi
riquíssima, pude perceber que a cultura mesmo sendo diferente, ao se tratar do
brincar, e da experiência como criança, não há essa diferenciação.
Através dos relatos e do
texto apresentados pela Bruna, e também pela troca de experiências com as
outras integrantes do grupo, acredito que a melhor fase da vida é a infância,
claro que toda fase da vida é importante, e que cada uma tem algo específico,
uma recordação, mas a infância é aquela fase, onde não há preocupações,
compromissos, o que prevalece é o faz de conta, o sonho, a fantasia, por isso
tem um toque todo especial.
Quando se brinca, se dá
asas a imaginação, é possível tornar-se o que quiser, uma fada, uma cantora,
uma princesa, enfim. O brincar proporciona as pessoas muita alegria,
satisfação, trabalhando com a parte cognitiva e social do indivíduo.
Constatei que as pessoas
que moravam no interior, tiveram uma infância repleta de aventuras, onde o
brincar se fez presente a todo o momento, pois sempre havia o contato com os
amigos, primos, irmãos, as brincadeiras na rua. Enquanto que as crianças de
famílias mais modernas ficavam em casa brincando sozinhas, ou então ficava ligada
a tecnologia, como a televisão e o computador.
Nos relatos apresentados
pela Bruna e também na troca de experiências do brincar entre o grupo, foi
possível identificar o brilhos nos olhos de cada pessoa, a emoção com que ela
contava da sua infância, das brincadeiras, é como se cada pessoa voltasse no tempo
e se visse ali brincando, é algo mágico e transformador.
É por isso que está mais
que comprovado que o brincar é fundamental para qualquer indivíduo. Através
dele é possível estabelecer relações sociais, desenvolver o imaginário e o
criativo e além do mais a pessoa que brinca é mais feliz e realizada.
Por isso me sinto feliz
e realizada, pois brinquei muito e hoje posso compartilhar de minhas
experiências, ficando mais contente ainda em saber que o curso que escolhi está
me proporcionando mais experiências e principalmente a consciência de como o
brincar faz toda a diferença na vida da criança.
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